Desde 2003, o grupo de pesquisa liderado pela renomada cientista brasileira, Dra. Daniela Franco Bueno, tem realizado avanços significativos no campo da regeneração óssea. Seu foco principal está no estudo de células-tronco derivadas da polpa de dentes decíduos, com o objetivo de oferecer novas alternativas para o tratamento de fissuras lábio-palatinas. Após duas décadas de dedicação, inúmeros trabalhos científicos foram publicados, abrangendo desde ciências básicas até estudos clínicos avançados, colocando a pesquisa brasileira em destaque no cenário internacional.

A Importância das Células-Tronco na Regeneração Óssea O estudo clínico, conduzido em fases I, II e III, tem como base uma abordagem inovadora de bioengenharia tecidual, onde células-tronco autólogas extraídas da polpa de dentes decíduos são combinadas a um biomaterial composto por colágeno e hidroxiapatita. Essa técnica pioneira substitui o método tradicional de enxertos ósseos retirados da crista ilíaca, que frequentemente resultam em complicações pós-operatórias. Entre os benefícios observados estão a eliminação da morbidade associada à coleta de enxertos ósseos, redução do uso de medicamentos analgésicos e diminuição significativa do tempo de internação.

Apoio e Desenvolvimento no SUS Esses estudos clínicos foram viabilizados com o apoio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), dentro do projeto “Desenvolvimento de Bioengenharia de Tecidos para Portadores de Malformações Craniofaciais”. Ao longo de todas as fases, os resultados demonstraram de forma contundente a eficiência dessa estratégia na regeneração do osso alveolar em pacientes com fissuras lábio-palatinas. Além de promover uma formação óssea efetiva, os estudos também apontaram benefícios como menor tempo de internação e necessidade reduzida de medicamentos.

Estudo de Fase III: Uma Conquista Científica Brasileira Na fase III do estudo clínico, realizada em cinco centros de referência para o tratamento de fissuras lábio-palatinas em diferentes regiões do Brasil, a eficácia das células-tronco da polpa de dentes decíduos no fechamento das fissuras alveolares foi confirmada. Esse feito é pioneiro no mundo e coloca a ciência brasileira na vanguarda da medicina regenerativa.

Essa pesquisa também alcançou reconhecimento internacional, sendo premiada como o melhor estudo das Américas durante o Congresso da International Society for Cell and Gene Therapy (ISCT), realizado em São Francisco, EUA, em 2022. Esse prestigiado prêmio solidifica o impacto da pesquisa conduzida pela Dra. Daniela Franco Bueno, que já se destaca como referência mundial em tratamentos de fissuras craniofaciais.

Resultados Promissores e Comparação com Técnicas Convencionais Os resultados obtidos através dessa técnica de bioengenharia, utilizando células-tronco, foram comparados com a abordagem convencional de enxerto ósseo autógeno da crista ilíaca. Tomografias computadorizadas dos pacientes tratados mostram a eficiência do preenchimento progressivo da fissura alveolar, confirmando a não inferioridade da nova técnica. Isso significa que a reconstrução com células-tronco é tão eficaz quanto os enxertos ósseos, porém com vantagens adicionais, como a redução de complicações cirúrgicas.

Quadro ilustrativo com gráfico e tabela
com análise da área do preenchimento
ósseo.


Gráfico e tabela demonstrando
o preenchimento progressivo
da fissura alveolar por osso nos casos
tratados com células tronco e nos
casos tratados com osso autógeno da
crista ilíaca e a não inferioridade da
técnica de bioengenharia de tecido
ósseo em relação ao enxerto ósseo
autógeno de crista ilíaca, demonstrando
a eficiência da utilização das
células tronco de polpa de dentes decíduos
na reconstrução do osso alveolar
de pacientes com fissuras lábio
palatinas.

Perspectivas Futuras na Medicina Regenerativa A pesquisa liderada pela Dra. Daniela Franco Bueno abre novas perspectivas para o tratamento de malformações craniofaciais, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O sucesso dessa abordagem inovadora, que utiliza células-tronco da polpa de dentes decíduos, representa um avanço significativo no tratamento de fissuras lábio-palatinas e promete transformar a maneira como a medicina regenerativa aborda a reconstrução óssea no futuro.

Com o apoio contínuo de programas como o PROADI-SUS, o Brasil segue na liderança científica global em bioengenharia de tecidos, trazendo esperança e melhorias reais na qualidade de vida de pacientes com fissuras lábio-palatinas.

“A técnica elimina a morbidade associada à
coleta de enxertos ósseos autógenos, reduz
o consumo de medicamentos analgésicos e
diminui o tempo de internação pós-operatória.”

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